29 janeiro 2014

[Resenha] "O Príncipe da Névoa" de Carlos Ruiz Zafón



Título: O Príncipe da Névoa
Autor(a): Carlos Ruiz Zafón
ISBN: 9788581051222
Editora: Suma
Páginas: 180

Em 1943, a família do jovem Max Carver muda para um vilarejo no litoral, por decisão do pai, um relojoeiro e inventor. Porém, a nova casa dos Carver está cercada de mistérios. Atrás do imóvel, Max descobre um jardim abandonado, contendo uma estranha estátua e símbolos desconhecidos. Os novos moradores se sentem cada vez mais ansiosos: a irmã de Max, Alicia, tem sonhos perturbadores, enquanto ao outra irmã, Irina, ouve vozes que sussurram para ela de um velho armário. Com a ajuda de Roland, um novo amigo, Max também descobre os restos de um barco que afundou há muitos anos, numa terrível tempestade. Todos a bordo morreram na ocasião, menos um homem - um engenheiro que construiu o farol no fim da praia. Enquanto os adolescentes exploram o naufrágio, investigam os mistérios e vivem um primeiro amor, um diabólico personagem surge na trama. Trata-se do Príncipe da Névoa, um ser capaz de conceder desejos a uma pessoa, ainda que, em troca, cobrasse um preço demasiadamente alto. 

Dá pra contar nos dedos (de uma mão só) quantos filmes de terror eu já vi na vida, pois sou muito medrosa! A primeira vez que li um livro de Zafón meu coração quase parou, então depois de ler “Marina” é óbvio que não me surpreenderia tanto com “O Príncipe da Névoa”, pois já sabia que lá viria mais uma das histórias de suspense e susto! Mas olha... Zafón me fez conhecer outro tipo de ataque cardíaco. A história se passa em 1943, bem no tempo da guerra, e tem como personagens iniciais a família de Max Caver que muda para uma cidade litorânea. Max tem impressões estranhas sobre a cidade desde que sai do trem ao se deparar com um relógio que de repente anda pra trás e um gato estranho que sua irmã mais nova, Irina, resolve levar para a nova casa da família.

‘‘Naquele momento Max teve a certeza de que alguém o olhava. Girou rapidamente o rosto e pôde ver como, entre os barrotes de uma das janelas da estação, que um grande gato listrado o contemplava fixamente, como se pudesse ler seus pensamentos.”

Depois de chegar a nova casa e sem conseguir suportar a curiosidade com o novo local, Max encontra um jardim de estátuas e com um símbolo intrigante, uma estrela de seis pontas. O curioso é que Max pode jurar que viu uma estátua de palhaço extremamente assombroso mexer sua mão. É então que muitos fatos curiosos dão inicio a uma das melhores histórias que já li na vida.

Sem perceber Max faz amizade com Roland, um garoto que está procurando aproveitar seu último verão no litoral antes de se juntar ao recrutamento de guerra. Roland tem como hábito mergulhar até um barco naufragado atingido por uma forte tempestade anos antes onde todos os tripulantes morreram e há apenas um sobrevivente, que é um faroleiro da cidade.

A história vai ganhando mais corpo e depois de trocarem algumas conversas sobre sonhos/estátuas, Max e a irmã mais velha Alicia, juntamente com Roland criam um triângulo de companheirismo e aventura e quando dá-se o acidente quase fatal com Irina, o trio começa a procurar resposta para as coisas que tem acontecido na até então ‘‘cidade-aborrecimento’’.
 ‘‘Da penumbra do armário, surgiram dois olhos brilhantes e familiares. Irina suspirou. Era seu gato. Era tão somente seu gato. Por um segundo tinha acreditado que o coração lhe ia parar de puro pânico. Ajoelhou-se para levantar o felino e reparou então que por trás do gato, no fundo do armário, havia alguém mais.”

Quando resolvem procurar o faroleiro da cidade, descobrem a história terrível de Caín, O Príncipe da Névoa, e de como esse homem está envolvido tanto no desastre com o barco afundado, como com a antiga família que morava na casa de Max Caver, os Fleischmann. É então que os calafrios começam...

‘‘Caín era um homem jovem e de aparência agradável, cuja origem ninguém sabia explicar. Todas as noites, em algum dos becos do bairro, Caín reunia os moços esfarrapados e cobertos pela sujeira e a fuligem das fábricas e lhes propunha um pacto. Cada um podia formular um desejo e ele o tornaria realidade. Em troca, Caín só pedia uma coisa: a lealdade absoluta.”

‘‘O Príncipe da Névoa” é um dos livros mais curtinhos que já li mas a forma com que a história foi construída, alterando a forma de visualização dos fatos, a forma como o faroleiro conta toda a história com Caín é incrivelmente chocante e bem elaborada. Consegui construir e enxergar todos os ambientes em que a história se passou e cada personagem foi extremamente bem criado. Zafón com certeza escreveu esse livro com muito zelo!

Não contei em quanto tempo li o livro, mas não passou de uma tarde. É o tipo de história que você começa e enquanto não chega ao fim não sossega! Apesar de Caín nessa história ser o ‘’vilão’’ confesso que fiquei muito curiosa a respeito de sua história e de como chegou a ser considerado o príncipe da névoa. Se algum dia eu encontrasse Zafón, o meu pedido seria: por favor, escreve um livro sobre Caín! Rs

Claro que o livro deixou alguns detalhes de lado, o principal deles em minha opinião foi com relação aos pais de Max e os moradores da cidade que não são muito lembrados (já que aconteceram 1001 coisas numa cidade tão pequena!), outro detalhe também é a descrição física de cada um dos protagonistas, porém, para um bom leitor, um detalhe já é capaz de criar uma personagem completa!

Enfim, recomendo o livro a todos que gostam de suspense, adrenalina, mistérios e sentimentos similares (e também romance por incrível que pareça) porque olha.. que livro surpreendente! Ah, lembrando que ‘‘O Príncipe da Névoa” é um dos livros da série ‘‘Névoa” então quem quiser aproveitar e ler os outros dois, com certeza não vai se arrepender!

‘‘Caín sorriu pela última vez e, envolvendo-se em sua túnica, desvaneceu-se na escuridão enquanto passos invisíveis se afastavam sobre a ponte e deixavam rastros de metal fundido no casco do navio.”

Darei a classificação de 4/5 encantos porque vou ficar muito deprimida se não houver uma história apenas sobre Caín! Rs

Um beijo, e um queijo e até logo!

5 comentários:

  1. Não consigo dar uma oportunidade ainda para Zafon!
    Li Marina e fiquei muito decepicionada!
    Quem sabe um dia
    Beijinhos
    Rizia - Livroterapias

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  2. Uau,
    que livro interessante :]
    Tenho o livro Marina desse autor, mais não me animei muito em começar a leitura, mais esse sem dúvida nenhuma me animou bastante heheheh .. Tudo o que eu amo em um livro está presente nesse :] Procurando pra comprar agora mesmo hehehe :]

    http://soubibliofila.blogspot.com.br/

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  3. Nossa! Parece mesmo um livro muito massa. Não li nenhum livro do autor ainda, mas algum dia pretendo ler, principalmente depois dessa resenha u.U Adorei a resenha
    Ah, é sua primeira participação no blog néh? u.U quero ver mais você por aqui...
    Abração.

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  4. É engraçado quando o livro é curto, mas o conteúdo é denso, né? Confesso que não tenho muito interesse nesse livro, apesar de sempre ver resenhas muito boas sobre ele. =) Eu adoro suspense e mistérios, mas não sei... algo me diz que eu não iria gostar tanto assim do livro =P

    beijos
    Kel
    www.porumaboaleitura.com.br

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  5. Ana amei sua resenha e fiquei louca para ler. Confesso que anos atrás tentei ler o livro A sombra do vento do mesmo autor e não consegui me prender ao enredo e desistir. Mas após ver tantos elogios aos livros mais novos dele pretendo ainda esse ano ler algo e quem sabe comece com O príncipe da névoa??? Valeu pela dica. Parabéns pela leitura e pela opinião!!!
    Bjos linda.

    Leituras, vida e paixões!!!

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